sábado, 7 de novembro de 2015

6 Os judeus caem na desgraça



Os escassos judeus que viviam em Meca não sabiam muito sobre a religião. Quando Maomé assegurou ser um profeta judeu, eles não duvidaram. Em Medina havia mais judeus e contavam com rabinos e especialistas em Judaísmo. Devido a isto, Maomé teve que fazer frente a perguntas sérias sobre suas crenças e não foi capaz de convencer aos judeus de que era um de seus profetas. Eles se deram conta de que o Corão não tinha nada a ver com suas escrituras.
Isto enfureceu Maomé, que começou a desacreditar nos judeus, dizendo que haviam falsificado as escrituras. Afirmou que haviam eliminado a parte em que anunciava sua chegada. Ainda que a mensagem do Corão seja tão diferente a da Torá (A Bíblia judaica ou o Antigo testamento) que é impossível que o deus dos judeus seja o mesmo que Alá no Corão. Também acusou aos cristãos de falsificarem a Bíblia. O curioso é que existem cópias da Bíblia e da Torá muito anteriores ao nascimento de Maomé e são as mesmas cópias que temos na atualidade.
O ódio em relação aos judeus formaria parte da religião do Islã a partir deste momento. De fato, a biografia de Maomé contém mais ódio contra os judeus do que o Mein Kampf [1] de Hittler. Até este ponto, Maomé havia dito aos seus seguidores que orassem olhando a Jerusalém, mas mudou de opinião e lhes disse que deveriam orar em direção a Caaba em Meca. Começou a criticar duramente aos judeus e cristãos e o Corão assegura que Alá os transformaria em porcos e macacos.

A esposa criança.
Pouco depois de chegar a Medina, Maomé consumou seu matrimônio com Aisha, que já tinha nove anos. Maomé aceitou de má vontade que tivesse bonecas em seu harém. Esta foi uma decisão complicada para ele porque ele odiava as imagens de qualquer tipo, o que incluía qualquer classe de escultura ou quadro. A idade de Aisha nesta época já foi verificada através de uma série de hadices confiáveis. Há alguns hadices menos confiáveis que dizem que Aisha era mais velha e são os que os muçulmanos empregam quando querem negar a acusação de que Maomé era um pedófilo. No entanto, deve-se levar em conta que o manual venerado da Sharia (baseado na vida de Maomé) dá instruções para se divorciar de uma esposa que ainda não chegou a puberdade [2].


Extrato do hadice Sahih Bukhari:
Volume 5, Livro 58, Número 234: Maomé foi prometido a mim quando eu (Aisha) era uma menina de seis anos. Fomos a Medina, fiquei doente e meu cabelo caiu. Depois cresceu de novo e minha mãe, Um Ruman, veio enquanto eu brincava de balanço com minhas amigas. Ela me chamou e eu fui ao seu encontro, sem saber o que ela queria. Pegou-me pela mão e me levou a porta de casa. Fiquei sem fôlego e quando eu pude respirar de novo, trouxe água e me lavou o rosto e a cabeça. Então me levou para dentro de casa. Ali vi as mulheres ansari (ajudantes) que disseram: “felicidades, as bençãos de Alá e boa sorte”. Logo me deixou com elas e elas me prepararam para o matrimônio. De repente, Maomé veio pela manhã e minha mãe me entregou a ele. Eu era então uma menina de nove anos de idade.

Comentários do autor:
Fecundismo: (palavra que provém de fecundidade) é a política de promover de forma intencionada uma elevada taxa de natalidade em um grupo de pessoas com o objetivo de aumentar seu número e, por isso, seu poder político. (Fonte consultada em Inglês: Wikipedia).
Claro que é fácil cair na tentação de emitir um juízo moral sobre o que é correto e o que não é nesta situação. Se aplicamos os padrões modernos (ocidentais), o que Maomé fez é tanto repugnante desde o ponto de vista moral, como completamente ilegal, se bem que houve muitas sociedades nas quais a idade do consentimento foi inferior a que temos hoje em dia. Pode ser que nove anos nos pareça o limite mais extremo a este respeito mas na Arábia no século VII este ato não causou nenhuma controvérsia, mas que devia cumprir com as normas da sociedade na que vivia Maomé. Também sinto a obrigação de sinalar que há um bom número de homens que se auto proclamaram santos e que se aproveitaram de sua posição para manter relações sexuais com menores. Se isto foi a pior coisa que Maomé fez, com certeza eu não estaria escrevendo este livro agora.

Como se verá em breve, desde que se proclamou profeta, o objetivo principal de Maomé parece ser o de conseguir ser aceito por todos como o único profeta de Deus. Cada aspecto de sua vida e religião se concentra neste objetivo. Ainda que o considerável apetite sexual de Maomé esteja documentado nos livros sagrados do Islã, é necessário vê-lo dentro do contexto da expansão política e militar para compreender sua atitude contra as mulheres e o sexo. Pode parecer que isto não seja mais que uma mera especulação, mas a medida que se desenrole a história neste livro, outras peças do quebra cabeça começarão a se encaixar e esclarecerão dúvidas e este respeito.
Maomé não foi o primeiro a usar o fecundismo e, desde então, não foi o último. A Igreja Católica é um dos melhores exemplos deste tipo de política. O presidente Mao usou esse sistema com muito êxito, ainda que os líderes chineses se vissem obrigados a implantar a política “do filho único”, para prevenir as consequências negativas da superpopulação, como a fome, a pobreza e a superlotação.
O Islã não se preocupa com estas consequências, que são elementos caracterizadores da maioria das sociedades islâmicas.
Esta superlotação levou aos muçulmanos a emigrarem sempre que podiam, para se estabelecerem em novos territórios onde pudessem começar de novo. Esta tem sido parte da estratégia do Islã desde a Hégira (ida a Medina). Antes de que se resuma as maneiras pelas quais o Islã consegue esta elevada taxa de natalidade, eu gostaria de me centrar no que o Islã tem a dizer sobre o lugar que ocupa a mulher na sociedade islâmica. A seção seguinte eu extraí de um artigo de Bill Warner do Centre for the Study of Political Islam (Centro de Estudo do Islã Político).

O melhor modo de aprender o que é a lei Sharia é meditar sobre as leis seguintes. A melhor fonte é o texto em Inglês Reliance of the Traveller, traduzido por Nuh ha Mim Keller para Amara publications em 1994. A Sharia está organizada com um desenho esquemático e cada caso citado abaixo terá um número de referência.

Matrimônio a  força
Pode-se obrigar uma mulher a se casar com alguém que não seja do seu agrado.

M3.13 Sempre que a noiva seja virgem, o pai (ou o avô) pode casá-la sem o seu consentimento, ainda que se recomende que se peça, se ela já atingiu a puberdade. O silêncio de uma virgen é considerado consentimento.

Sexo forçado
M5.1 é obrigatório para a mulher deixar que seu marido mantenha relações sexuais com ela de imediato se:
(a) ele pedir
(b) está em casa
(c) se tem capacidade física para  fazê-lo

Bater na esposa
O Alcorão diz que se pode bater numa esposa (suras 4:34 e 38:44). Maomé recomendou bater nas mulheres em seu último sermão em Meca. Isto é o que diz a Sharia:

Lidando com uma esposa rebelde
M10.12 Quando um marido observa sinais de rebeldia em sua esposa, seja em palavras, seja quando lhe responde com frieza se antes o fazia com educação, ou quando a convida para a cama e ela se nega, sendo isto contrário ao costume; ou se  fica relutante com seu marido a pesar de haver sido antes amável e alegre, ele pode dar um aviso verbal sem se afastar dela nem batê-la, pois pode haver um motivo.

O aviso pode servir para dizer:
«Tema a Alá pelas obrigações que me deves», ou pode explicar que a rebeldia anula sua obrigação de sustentá-la e de dar-lhe vez entre as outras esposas, ou pode servir para informar: «A religião te obriga a que me obedeças, é obrigatório pela religião».
Se é rebelde, ele não tem relações sexuais com ela sem medir as palavras e pode bater-lhe, mas não de um modo que produza ferida: não pode deixar hematomas, nem quebrar ossos, nem feridas e nem derramar sangue. A lei não permite golpear alguém no rosto. Pode bater-lhe se é rebelde uma vez ou se é mais de uma vez, ainda que hajam vozes que opinem que só pode bater-lhe se a rebeldia se repete.

Passemos um visto no modo em que isso afeta a natalidade da sociedade muçulmana:
1)      Dado que a Lei Sharia segue o exemplo de Maomé, a idade mínima de consentimento seria nove anos. O governo da Arábia Saudita está tentando fazer atualmente (2013) com que a idade mínima para se casar seja os dezesseis anos. Isto provavelmente se deve em parte a uma sensação de vergonha e à pressão internacional, e assim está enfrentando a oposição de todas as autoridades religiosas com poder. Hoje não existe uma idade mínima para se casar na Arábia Saudita [3].
2)      Nas sociedades islâmicas, a honra da família é fundamental e depende em grande medida da moralidade de suas mulheres. Se alguém casa sua filha o mais rápido possível, reduz a possibilidade de que se produzam atos indecorosos antes do matrimônio.
3)      As meninas não têm poder para opinar a este respeito.
4)      Uma vez casada, a garota não pode se negar a manter relações sexuais com seu marido, exceto em circunstâncias extremas.
5)      As sociedades islâmicas não veem com bons olhos o uso de contraceptivos. O Islã fomenta famílias mais numerosas como objetivo mais desejável.
6)      A predestinação é uma crença central do Islã. Tudo foi planejado por Alá e nada do que façamos vai mudar seu plano. Portanto não é necessário se preocupar em proporcionar aos filhos o que eles precisam. Quando se pergunta a um muçulmano quem cuidará de seus filhos, é frequente que respondam “Alá proverá”.
7)      Um muçulmano pode chegar a ter até quatro esposas. Uma mulher em idade fértil que fica viúva, pelo motivo que seja, deve se casar de novo. A taxa de natalidade não se veria afetada em grande medida ainda que houvesse uma guerra na que participasse um grupo de muçulmanos e, devido a mesma, morressem três quartos do total de homens muçulmanos.

Em teoria, uma mulher pode chegar a casar aos nove anos e pode ficar grávida desde esse primeiro momento em diante. Quando completa vinte, que é a idade em que as mulheres não muçulmanas costumam ter seu primeiro filho, uma garota muçulmana já pode ter tido dez filhos e estar esperando seu primeiro neto. Claro que a realidade não é essa devido a fatores como a elevada taxa de mortalidade em menores de um ano e nas mulheres. Em alguns países islâmicos esta situação se exacerbou de maneira ruim, ao não permitir que transcorra um período de descanso entre os partos.
Ainda que nenhum desses pontos seja obrigatório, o Islã exerce um maior controle sobre seus seguidores do que as outras religiões. A Igreja Católica também fomenta uma elevada taxa de natalidade, mas na Itália, lugar da igreja, a taxa de natalidade é uma das mais baixas do mundo. Em uma sociedade governada pela lei Sharia, a pressão para que se sigam as normas é muito forte, mas também podemos ver isso naqueles muçulmanos que vivem em países ocidentais. Na França, onde aproximadamente 10% da população é muçulmana, quase um terço dos bebês que nascem são muçulmanos. Agora que as pessoas nascidas durante a época do “boom do bebê” estão começando a morrer, vamos ver importantes mudanças demográficas no Ocidente, mudanças que favorecerão as populações muçulmanas.
Se bem que nem todos os países islâmicos promovam na atualidade o crescimento incontrolado da população, é fácil ver a tendência se observarmos as estatísticas da população mundial.

Excerto do New York Times.
Associated Press Gaza[4]:

Hanan Suelem queria abortar depois de sua sétima gravidez, mas os clérigos islâmicos lhe disseram que ela “mataria uma alma”. Ela respondeu que sua alma morria. “Depois deste, não mais, nunca”, disse, “agora sei o que é um DIU”. As escolas da região têm entre dois e três turnos para fazer frente a crescente população palestina. Se espera que a população de Gaza, que é agora de 1,1 milhões de habitantes, se duplique em 2014. A metade é de menores de 15 anos. Já é uma região lotada, com poucos empregos, casas que não estão adaptadas para a realidade e praticamente sem recursos naturais. A população da Cisjordânia e Gaza juntas supera os três milhões e pode alcançar os 5,5 milhões de habitantes em quatorze anos. A taxa de fecundidade é de sete filhos por mulher. Quase todos os bebês sobrevivem e a expectativa de vida entre os adultos chega a 73 anos.


Muitos jovens palestinos não querem que seus filhos sofram como eles em famílias pobres e demasiadamente grandes, mas a família numerosa não é apenas tradição, como também um motivo de orgulho nacionalista e um modo de superar em número os israelenses no território repartido por ambos os grupos. Por sorte, os responsáveis pela saúde e pela educação apoiam de maneira discreta o planejamento familiar através de clínicas e atividades de divulgação cidadã. Se ensina às mulheres quais são os diferentes métodos contraceptivos que o Islã aceita, quer dizer todos, menos os que supõem um efeito permanente como a esterilização ou a ligadura das trompas. O DIU e a pílula vêm ganhando adeptos. Os responsáveis pela saúde mencionam com muito cuidado ideias como “dar um intervalo” entre as gravidezes, dado que sugerir limites a ampliação da família iria contra os ensinamentos islâmicos. Às mulheres se diz que está escrito no Alcorão que Deus ordenou a mulher amamentar durante dois anos. A média na Cisjordânia é de 5,6 filhos por mulher, se a compararmos com Israel, que tem apenas 2,7 filhos por mulher (a média mundial), vemos que a população de Gaza cresce acima dos 4% anuais enquanto Israel, apenas cresce 2% ao ano, incluindo um elevando nível de imigração. Há setores na Palestina que reclamam uma lei que aumente a idade mínima para se casar, dado que a metade das mulheres palestinas se casam antes de cumprir 18 anos e é legal que o façam a partir de 15 em Gaza e na Cisjordânia.

Nota do autor:
Em 1948 o número de refugiados árabes era aproximadamente de 170.000 pessoas (nessa época não se chamavam “palestinos”). Hoje, o total chega a quase 5 milhões.


[1] Centre for the Study of  Political Islam statistical analysis of Islamic Holy Texts
[2] Reliance of the Traveller translated by Nuh Ha Mim Keller, by Amana Publications, 1994.
Ver também Alcorão 65:4
[4] 24 de Fevereiro, 2000, NY Times. Cramped Gaza Multiplies at unrivalled Rate.

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