sábado, 7 de novembro de 2015

27 Uma jihad mais suicida



Bukhari Vol. 4,52,65 Um árabe do deserto veio ao profeta e disse: “Mensageiro, um homem luta pelo espólio de guerra, outro luta para ser lembrado e um terceiro luta para poder ser visto em sua elevada posição conseguida pelo valor da luta. Qual deles luta pela causa de Alá?” O profeta disse: “Aquele que luta para exaltar a palavra de Alá (o Islã), luta pela causa de Alá”.
I791 Maomé enviou um exército de três mil homens a Mutah, pouco depois de regressar de Meca. Mutah se encontrava ao Norte de Medina, próximo da Síria. Quando os muçulmanos chegaram, se encontraram com um grande exército bizantino. Os jihadistas se detiveram dois dias para debater. Não os havia enviado para lutar contra um exército profissional. O que deviam fazer? Muitos queriam escrever para Maomé para explicar a nova situação. Se ele queria que atacassem, então assim se faria. Se queria enviar reforços, isso estaria bom. Mas um deles disse: “Homens, vós vos queixais daquilo que viestes fazer. Morrer como mártires. O Islã não luta por números ou força, mas pelo Islã em si. Vamos! Só nos esperam os resultados: a morte ou o martírio. Os dois são bons. Avancemos!

I796 Os muçulmanos foram arrasados. Os cristãos bizantinos eram profissionais e lhes superavam em número. Não eram mercadores de Meca. Maomé disse que os três comandantes muçulmanos haviam ido ao céu em leitos de ouro. Mas o leito do último comandante havia girado ligeiramente ao se aproximar do céu porque ele se havia detido antes de se lançar à destruição. Não era um mártir de todo. Ainda assim, Maomé chorou todos os mortos. Isto não era frequente porque havia proibido o excesso de luto por aqueles que morriam pela jihad.

Comentários do autor:
Ainda que Maomé fosse um comandante militar muito capacitado, a estratégia principal da jihad não se baseava em uma técnica militar superior, mas na habilidade para inspirar seus seguidores ao valor suicida na batalha. Se combina isso com o fato de que o Islã podia reabastecer rapidamente os soldados mortos por outros, por causa da elevada taxa de natalidade e o infinito compromisso com o conflito, vemos o motivo por que o Islã ganhava quase todas as batalhas nas que participava. Neste ponto da história os bizantinos eram muito mais poderosos que os muçulmanos, porém estes últimos acabariam por triunfar e por assumir o controle de seu império.
Maomé seguiu sua jihad sem reduzir a intensidade até sua morte, nove anos depois da chegada a Medina. Nesse momento, já era o rei de toda a Arábia, sem deixar um só inimigo em pé. Durante esses nove anos, havia lutado em média a cada sete semanas. Antes de sua morte, enviou cartas aos poderosos imperadores dos persas e os bizantinos, dizendo-lhes que teriam que se converter ao Islã ou sofreriam as consequências. Seguramente, eles riram da arrogância das cartas. No entanto, poucas décadas depois, cada um desses impérios foi conquistado pelos muçulmanos que empregavam as táticas da jihad de Maomé. Certo é que os métodos se refinariam com o tempo, mas os princípios são os mesmos inclusive hoje em dia. 

Regras da jihad


1)      A jihad conta com a aprovação de Alá, a máxima autoridade. Então sempre está justificada.
2)      Nunca deve tolerar nenhuma norma ou limitação, o fim justifica o meio, independentemente do mais impactante que seja. A jihad pode ser qualquer tipo de ação que permita ao Islã avançar ou que debilite o kafir, seja um grupo ou um individuo. Inclusive doar dinheiro para financiar a jihad de outros é também um tipo de jihad.
3)      Sempre se deve fazer de vítima. Maomé distorceu a sua situação. Ainda que fosse ele quem atacasse pessoas inocentes sem provocação prévia, acusou a eles porque haviam impedido que outros virassem muçulmanos e além disso haviam venerado ídolos. Portanto, o ataque era sua culpa e os muçulmanos eram as vítimas.
4)      Repetir isto uma vez e outra e as pessoas acabarão acreditando. Se alguém for capaz de convencer a vítima para que aceite a culpa, já ganhou a luta, porque a represália precisa de que se sinta a injustiça. Se a vítima aceita a culpa, começará a se odiar.
5)      Inspirar os seguidores ao valor suicida e fanático.
6)      Enganar ao inimigo (o kafir) sempre que seja possível para garantir a vitória.
7)      Nunca se render, mesmo que se perca a luta.
8)      Nunca permitir as críticas a Maomé, Alá ou o Islã. Acabar com a liberdade de expressão.


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